29.9.13



O financiamento coletivo é uma maneira revolucionária de concretizar idéias. Toda vez que apoiei um projeto no Catarse tive a sensação de dar um olé no sistema. Não é o mercado nem o estado que decide o que deve ir pra rua, o investimento é feito por pessoas reais, como eu e você, que acreditam nos projetos e seus autores.
Além disso tem as recompensas, que é a obra concretizada, entregue com carinho aos apoiadores. Por isso que peço na caruda a todos vocês, amigos mais e menos chegados, que não só apoiem o nosso projeto, a publicação do Peixe Peludo #2 - O herói da raça, mas acreditem nessa nova forma de fazer arte e produzir cultura.

Dentro e fora

Uma história linear, com mais personagens, diálogos, momentos de tensão e climax, essas coisas de roteiro que prendem a atenção, isso seria uma boa. Mas desde os primeiros esboços a coisa foi se definindo assim, despirocadamente, com cara de auto-ajuda-ao-contrário.
Em Peixe Peludo #2 a trajetória do herói da raça segue torta e sem rumo, dentro ou fora do espelho?

3.9.13

A Bicicleta é de Light

'"A bicicleta é de light!”... ...quando eu era criança lá no interiorzão era assim que chamavam as bicicletas cross mais legais! Light era porque tinham peças coloridas de alumínio, azuis ou vermelhas. Eu tive uma preta, a única da cidade, era o reizinho da pista de cross, mas como eu pesava 30 quilos não podia botar muita banca então pedalava rápido pra fugir dos troubles.

Antes teve a Light que era uma companhia de energia e hoje tem comida light, mas isso aí é outra coisa... ...se a comida não for frita ou não tiver sangue envolvido eu nem sento na mesa, ou deito na cama. A bicicleta é uma coisa bonita, se deus existe ele pedala, o diabo também... ...em Amsterdam todo mundo pedala, e lá tem vários inferninhos legais com gostosuras e traquinagens de alto calibre... ...uh, é bem legal pelo pouco que me lembro. Ah as holandesas, como queria ter comido uma delas... ...passei as brancas nuvens!!
Bicicleta não azucrina, não faz barulho, não polui, não custa sgrunft zilhões de pesos Colombianos, não deixa você gordo e ainda não fica presa no congestionamento... ..ainda!! Porque um dia o trânsito dessa cidade vai estar uma merda tão grande que nem de bike você vai andar. Eu ando de bicicleta porque ela não enche o saco... ...e eu odeio coisa que me enche o saco!! TÁ OLHANDO O QUÊ!!!!

28.4.11

Haarig Fisch in Deutschland ou Peixe Peludo na Alemanha


Ein schönes Beispiel Nicoleta Lesen dieser Literatur.


Zwischen Marx und Engel, die hartnäckige Philosophie.

Dieses schöne Turm ist wohl in Deutschland Eifelturm

11.2.11

Peixe Peludo no Nordeste!!!

Crítica muito boa!


Editora: Conrad - Edição especial

Autores: Rafael Moralez (roteiro) e Rodrigo Bueno (arte).

Preço: R$ 24,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2010

Sinopse

Um dia na vida - e na cabeça - de um peixe ranzinza, solitário e trompetista, às voltas com lembranças e reflexões enquanto está em casa ou andando por diversos locais da "terra da garoa".

Positivo/Negativo

A fotografia das histórias em quadrinhos produzidas no Brasil vem ganhando novas cores progressivamente. Mas isso não quer dizer que todos os lançamentos estão no nível das melhores HQs já escritas e rabiscadas por aqui.

Um exemplo é Peixe Peludo, álbum feito a quatro mãos por Rodrigo Bueno e Rafael Moralez. A produção impressiona à primeira vista: além da qualidade editorial de praxe da Conrad, a capa é "sensível ao tato", com apliques felpudos em alto relevo, enfatizando os "pelos" do protagonista no desenho e no layout do título.

A história narra os monólogos internos de um peixe solitário e tocador de trompete pelas ruas de São Paulo. Suas lembranças, reflexões e ideias tomam forma no texto enquanto está inerte em casa ou andando por diversos locais da capital paulista, como a tradicional Rua Augusta.

O traço elegante e interessante de Rodrigo Bueno não é bem aproveitado pelos espaços nas páginas de Peixe Peludo. Falta ao quadrinhista um domínio maior de composições de cenários (não que em todas as páginas haja necessidade disso). A diagramação e a arte parecem "preguiçosas" na distribuição, mas isso não implica dizer que os desenhos são apressados ou malfeitos, vale frisar.

Outro motivo para a publicação estar abaixo da média é o roteiro de Rafael Moralez, poeta estreante nos quadrinhos e convidado pelo desenhista a compor os pensamentos do peludo. De forma aleatória, o escritor "digere" tudo que acha de ruim no mundo, deixando seus discursos (e a ação do personagem) perdidos no vazio das suas constatações a esmo.

Como um peixe fora d'água, talvez seja a intenção do autor deixar sua narrativa à deriva, mas isso soa àqueles velhos discursos tão vistos por ai em diversas outras formas de comunicação.

Em resumo, Peixe peludo atesta a máxima de que não se deve julgar um livro pela capa. Para o bem ou para o mal.

7.2.11

Jornal de Londrina

(a matéria saiu assim mesmo, meio sem sal, sem nenhuma imagenzinha)

HQ

Aventuras de um peixe peludo

Rafael Moralez e Rodrigo Bueno, que viveram em Londrina, lançam livro pela Conrad
07/02/2011 | 11:32 Fábio Luporini/JL comente esta notícia

Um peixe peludo ranzinza é o personagem central das angústias e impressões que Rafael Moralez e Rodrigo Bueno têm sobre o centro de São Paulo. Enquanto, respectivamente, um descreve em palavras o outro registra em desenho o que encontram num percurso central da metrópole. Uma boa dose de sarcasmo e ironia fazem do livro Peixe Peludo (Ed. Conrad, 96 páginas, R$ 24,90) uma crítica ao sentimento de não pertencer a um lugar. É um passeio pelas impressões de dois artistas que, embora tenham uma ligação com a cidade, se sentiram estranhos ao retornarem à capital paulista.

“Quando vim para São Paulo, comecei a registrar as impressões de andar na cidade, sair à noite, morar no centrão. Isso virou um texto de mais de 170 páginas”, lembra Rafael Moralez. Para o texto virar desenho, foi questão de apenas se encontrar com o amigo Rodrigo Bueno. Os dois já haviam se conhecido em Londrina, quando estudaram na UEL. Moralez cursou filosofia e Bueno fez desenho industrial. Quando Moralez produzia fanzines na cidade, Bueno chegou a colaborar com alguns desenhos.

O desenho pretende ser uma nova linguagem das impressões registradas em texto. “Há a mistura de angústia com sarcasmo e ironia. Não é uma tradução ao pé da letra, mas uma segunda leitura das palavras”, declara o quadrinista Rodrigo Bueno. Cada traço, forte e intenso, é feito com base nas xilogravuras. “Eu ficava imaginando que estava tendo aquele mesmo movimento do gravurista, de enfiar a ferramenta na madeira e ir cavando os espaços em branco, pensando no contraste”, define Bueno.
O livro é uma profusão de pensamentos do personagem sobre seu mundo real e virtual. Faz parte da rotina a relação com a namorada, com o sogro, com bares e bandas. O peixe peludo mergulha na cena underground de São Paulo, passando por cenários como a Praça Roosevelt e a Rua Augusta. “A ideia era mostrar esses habitantes do centro de São Paulo, com um povo meio cinza, que pode passar com um elefante e não se nota a presença. A gente pode estar no meio de todo mundo e ninguém nota ninguém. Está todo mundo junto e ao mesmo tempo sozinho”, diz Moralez.

Serviço – Revista Peixe Peludo (Ed. Conrad, 96 páginas, R$ 24,90). Informações: (11) 2799-7799 ou www.conradeditora.com.br.


entrevista
Rodrigo Bueno, desenhista

JL – Você traduziu em desenhos as angústias da escrita do Rafael.
Rodrigo Bueno – Sim. Mas não têm só angustias. É um texto em que há mistura de angústia com sarcasmo e ironia. Então não é assim uma tradução ao pé da letra. É uma segunda leitura. A ilustração de livro e outras obras literárias é sempre uma leitura paralela ao texto. Mas a tentativa é essa, de fazer uma obra em que texto e imagem se complementem e acabam se tornando uma unidade, e acabou resultando nesse percurso por São Paulo, num grande devaneio que é mais ou menos parecido com um solo de trompete. Um improviso, às vezes dissonante, às vezes triste ou agressivo. Da minha parte, foi ilustrar isso: a sensação de não pertencer a um lugar e estranhar tudo.

Você tem uns traços muito fortes e intensos, com detalhes que se juntam a outros...
Como a maioria dos artistas, eu busco uma linguagem e um estilo e discurso próprios. É muito legal ver que dá para reconhecer essa característica. Eu tenho muitas influências, inclusive que não são do mundo dos quadrinhos. Eu gosto muito de xilogravura. Tem um artista que eu gosto que é o Marcelo Grassmann, que faz gravuras fantásticas de seres absurdos e usa um preto e branco muito forte, muito legal. Em geral, a xilogravura é muito linda e é uma coisa que sempre me comoveu. Então, quando eu desenhava, eu ficava imaginando que estava tendo aquele mesmo movimento do gravurista, de enfiar a ferramenta na madeira e ir cavando os espaços em branco, pensando no contraste. É uma viagem (risos). Fora o nanquim, que é uma tinta milenar de 5 mil anos, feita pelos chineses, que na primeira origem foi extraída do polvo, uma espécie de arma dos inimigos naturais. Quando o polvo se sente ameaçado ele joga aquela tinta preta no mar e some. Na minha viagem em relação ao uso da tinta e do preto, tem essa analogia, da gente utilizar esse recurso como arma mesmo, para desfocar o ambiente e despistar os predadores.


entrevista
Rafael Moralez, escritor
JL – Como surgiu essa parceria?
Rafael Moralez – Eu sou do interior de São Paulo e fui fazer filosofia na UEL. Sempre li quadrinhos e comecei a fazer um fanzine em Londrina chamado Produto do Ócio. Eu fazia, xerocava e chamava alguns colaboradores. O Rodrigo [Bueno, desenhista do livro] era um desses colaboradores. Quando vim para cá, encontrei com o Rodrigo. Ele terminou a faculdade em Londrina e também se mudou para São Paulo. Quando vim para São Paulo, eu não conhecia ninguém, embora tivesse meus irmãos, morava sozinho no centro. Então comprei uma máquina de escrever e comecei a registrar as impressões de andar na cidade, sair à noite, morar no centrão, diferente de morar em Londrina. Isso virou um texto de mais de 170 páginas e um dia falei pro Rodrigo ler. Ele teve a ideia de fazer alguma coisa, que resultou no livro.

As inspirações vêm das impressões que você tinha em relação a São Paulo?
Justamente. O Rodrigo pegou, leu o texto que era só um monte de idéias desconexas, impressões que não tinham muita ligação umas com as outras. Ele desenvolveu o personagem, o desenho é todo dele. A gente discutiu muito durante o processo. Colocamos o centro de São Paulo como cenário. O livro é feito a quatro mãos.

O leitor percorre as angústias de um personagem que se vê em uma cidade como São Paulo?
Quando você muda para São Paulo, num primeiro momento, há um estranhamento. Muita gente que mora aqui também se estranha com tudo. É meio ambíguo. A ideia era mostrar esses habitantes do centro de São Paulo, com um povo meio cinza, que pode passar com um elefante e não se nota a presença. A gente pode estar no meio de todo mundo e ninguém nota ninguém. Está todo mundo junto e ao mesmo tempo sozinho pra caramba, com uma melancolia por trás. A parte escrita tem uma crítica que muitos jornais colocaram como mau-humor, porque o personagem é ranzinza. Mas ele não é mau-humorado, ele é crítico.

É um humor maio ácido...?
Certeza. Eu fazia esse humor ácido com o fanzine. O livro tem muito de Londrina, meio implícito, que as pessoas não conseguem ver. Eu fazia o fanzine e criticava pessoas e bandas explicitamente e elas achavam engraçado e gostavam. Lembro que fiz um fanzine em que critiquei dez bandas. Depois de uma semana veio um cara que pediu para eu falar mal da banda dele no próximo número. Achei curioso as pessoas gostarem de ouvir alguém praguejar.

Foi uma nova experiência escrever para quadrinhos?
Esse livro não era para ser quadrinho. Escrevi e saiu meio que num fluxo de pensamentos. O start de fazer quadrinhos foi do Rodrigo. Ele sugeriu e concordei. Foi ele quem visualizou o quadrinho. Como o desenho dele é melhor que o meu, ele desenhou tudo e eu cuidei do texto. Foi um casamento perfeito. Gostei dos traços dele, é meio xilogravura. Mais para o fim do ano vamos pensar em um número seguinte

1.2.11

Ensaio do musical do Peixe Peludo



Esse vídeo é um trecho do ensaio do musical que deverá ser apresentado na Broadway sobre o inenarrável Peixe Peludo. Não se trata de uma leitura ao pé da letra. A idéia é traduzir em música o mesmo clima da Sâo Paulo zoomórfica que o Peixe Peludo percorre.

Para tocar tal empreitada os dois autores, Rafael Moralez (bateria) e Rodrigo Bueno (baixo) se juntaram ao guitarrista/Dj Julio Stabelini e o veterano rapper P.mc para compor a banda que ainda não tem nome.

Neste vídeo, a primeira música-tema que introduz o clima do personagem:

"DEITADO NA CAMA ELE PENSA NA VIDA/É UM PEIXE FORA D´ÁGUA É CASCA DE FERIDA/OLHO SECO ESBUGALHADO NÃO CONSEGUE CHORAR/ O PEIXE TÁ FORA D´ÁGUA E TEM QUE SE LIGAR!"

e no final:

"ELE VEIO DAS PROFUNDAS SUJEIRAS DO TIETÊ /ENCABULADO, BOLADO, COMPLETAMENTE DEPRÊ/ BARBATANA ARREPIADA PENSAMENTO CABULOSO/
SUJEITO ESTRANHO MALUCO PREGUIÇOSO!"

16.1.11

Blog da Veja

A produção nacional de quadrinhos fica maior e mais diversificada nesta semana, com a chegada de Peixe Peludo (editora Conrad, 96 páginas, 24,90 reais), uma irreverente narrativa de um ser estranho, logicamente deslocado do mundo, contada num estilo torrencial à la Jack Kerouac. Não há uma história propriamente dita, mas um fluxo contínuo de pensamento do personagem, que parece acordar de ressaca em seu quarto – inspirado no famoso quadro de Van Gogh – e a partir daí enveredar pelos cantos mais diferentes de São Paulo e da sua cabeça. “É um livro sobre estar fora do habitat natural. Caminhar em São Paulo, de ressaca, vomitar na rua depois de uma maria-mole e uns ovinhos de codorna azuis. É sobre o Minhocão, a Praça Rosevelt, a rua Augusta, o Tietê, essas paisagens”, explica o ilustrador Rodrigo Bueno, coautor do livro. O texto é assinado pelo poeta Rafael Moralez. Confira abaixo uma conversa com Bueno, um escritor de outro alfabeto.

Peixe Peludo tem lançamento neste sábado, a partir das 19h30, na Livraria HQMix (praça Franklin Rossevelt, 142), em São Paulo.

Como surgiu a parceria com o poeta Rafael Moralez?
A gente se conheceu em Londrina, no Paraná, durante a faculdade, entre 1998 e 99. Nessa época, o Rafael publicava o fanzine Produto do Ócio, que circulava de mão em mão no circuito universitário. Ele era o principal responsável, mas não monopolizava o zine. Vários outros desocupados contribuíam com desenhos, textos e quadrinhos, o que deixava o produto ainda mais interessante. Acabei me aproximando desse povo e me tornei um desses colaboradores e amigos. Em 2002, me formei e vim para São Paulo. O Rafael fez a mesma coisa e encontrei com ele aqui, tão perdido e deslumbrado quanto eu, tentando se adaptar e sobreviver na região central da cidade. Acho que é aí que a história nasce. Dois caipiras passando mal na cidade grande.

O roteiro foi escrito a quatro mãos ou apenas pelo Rafael Moralez?
Primeiro veio o texto do Moralez, o roteiro veio depois, e foi feito em parceria. Eu ilustrava a história do Moralez e mostrava para ele, pedia palpite, refazia, desfazia, começava de novo, aquele vai e volta insuportável da arte. O texto é anterior porque foi escrito nos primeiros meses do Moralez em São Paulo. Ele comprou uma máquina de datilografia na feira de antiguidades do Bexiga e passou a escrever umas 50 páginas por dia. Em pouco tempo, tinha um baita texto. Foi daqueles processos de escrita automática, onde as idéias são despejadas sem grande organização, gerando um texto sem pé nem cabeça, parecido com o fluxo do pensamento. Fiquei empolgado quando li, mas ainda não tinha em mente um personagem para ilustrar a história. Fiz várias tentativas para verter o texto para ilustração, mas nenhuma me convenceu. Enquanto isso, praticava desenho de observação ao ar livre, observando a cidade e a diversidade das pessoas. Eu desenhava na rua, nos trens, metrôs, espaços públicos… de alguma forma, eu fazia meu próprio registro caótico do que eu via e sentia. Acho que esse é o ponto de identificação que tivemos um com o outro. Mas o que fazer com isso? Um fanzine? De novo? Pra quem agora? Enquanto não vinham essas respostas, a gente foi enchendo as gavetas.

E como nasceu o personagem Peixe Peludo?
Esse foi um nome surgido em um coletivo, um grupo de amigos que resolveu se juntar para fazer criações coletivas envolvendo fotografia, poesia, literatura e quadrinhos. Quem sugeriu o nome para o grupo foi o fotógrafo Arthur Calasans. Mas o coletivo não foi para frente e eu fiquei com aquele nome estranho na cabeça. “Peixe Peludo, Peixe Peludo, que bicho é esse? Um animal intermediário, meio mamífero, meio sangue-frio, fora d’água?”. Rabisquei bastante até encontrar o simpático formato bípede e corcunda, parecido com um personagem da minha infância, um peixe elegante de cartola e casaca, pintado na parede da peixaria onde eu comprava filé de merluza com meu pai, em Presidente Prudente. Isso certamente potencializou meu afeto pelo bicho. Com o personagem na mão, só precisava de uma boa história. Tentei escrever uns roteiros, mas não decolava. Fui buscar inspiração em coisas de que eu gostava, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Aluísio de Azevedo, até que encontrei o texto original do Moralez, os pensamentos-relâmpagos da máquina de escrever. Percebi que podia usar partes integrais daquele longo texto para desenvolver um narrador convincente.

É difícil publicar quadrinhos no Brasil?
Para publicar foi rápido. O que demorou foi amadurecer a idéia. A rigor, tudo começou em 2004, com longos períodos de descanso na gaveta. Então, publicar não é difícil. Duro é amadurecer o projeto, entender nossas idéias e executar as coisas com o mínimo de convicção.

De que outros estilos de quadrinhos, na sua opinião, o Peixe Peludo se aproxima?
Sinceramente, não sei.

Para você, o desenho é um tipo de escrita?
De certa forma, sim. É um tipo de linguagem. E o quadrinho traz um texto que é literatura. Existem vários tipos de quadrinhos e alguns têm tanta qualidade quanto um bom romance ou um bom livro de contos. Não vejo uma separação.

Que outros projetos você tem agora?
Montar uma banda com o Moralez e outros comparsas e fazer uma versão sonora do Peixe Peludo, tipo Clara Crocodilo, só que sem aqueles corinhos.

Maria Carolina Maia